(Abertura rimada do programa Ciência na Favela, da Rádio Educativa Favela FM, veiculado em 2004)
Quantas vezes por dia, tente você contar. O que chama sua atenção, o que faz você perguntar. Seria o leite fervendo?Por que teima em derramar? Enquanto a água pura borbulha, só fazendo espirrar! Por que tem mancha de roupa,que para sair é só lavar? Enquanto outras encardem, não há como se livrar? Vá contando uma por uma, não esqueça de anotar! Aproveite e conte também, quantas dessas perguntas, são perguntas soltas no ar. Perguntas procurando respostas, Respostas, onde encontrar??? Mas mesmo que sejam muitas, perguntas a se acumular, não desanime, menino! Você vai para o futuro, com essa coisa de perguntar! Sintonize aqui na Favela, quem sabe, podemos ajudar!
domingo, 17 de novembro de 2013
domingo, 3 de novembro de 2013
Tarefa para alunos da Ead da UFTM: rosário de perguntas (para ser realizado até 14 de novembro)
Falamos na aula sobre a repressão simbólica que pode acontecer na escola. Repressão que pode, por exemplo, impedir que as pessoas façam perguntas genuínas e espontâneas. A tarefa de vocês para a semana é comentar esta postagem escrevendo um texto composto só por perguntas.
Para inspirar o grupo aqui vai um texto do poeta Pablo Neruda, semelhante ao que peço para vocês. Extraído do Livro de Perguntas:
Para inspirar o grupo aqui vai um texto do poeta Pablo Neruda, semelhante ao que peço para vocês. Extraído do Livro de Perguntas:
Onde a lua cheia deixou
o seu saco noturno de farinha?
Se já estou morto e não sei,
a quem devo perguntar as horas?
Me diga, a rosa está nua
ou tem apenas esse vestido?
Há alguma coisa mais triste no mundo
que um trem imóvel na chuva?
A fumaça fala com as nuvens?
Por que se suicidam as folhas
quando se sentem amarelas?
Quantas abelhas tem o dia?
E é paz a paz da pomba?
O leopardo faz a guerra?
Quantas perguntas tem um gato?
Onde estão aqueles nomes doces
como as tortas de antigamente?
Para onde foram as Donanas,
as Felisbertas, as Bizuzas?
Para quem sorri o arroz
com infinitos dentes brancos?
Como a laranjeira e as laranjas
dividem o sol entre si?
Quem gritou de alegria
quando nasceu a cor azul?
Como ganhou sua liberdade
a bicicleta abandonada?
É verdade que no formigueiro
os sonhos são obrigatórios?
Já percebeste que o Outono
é como uma vaca amarela?
Quem canta no fundo da água
na lagoa abandonada?
De que ri a melancia
quando a estão assassinando?
Posso perguntar ao meu livro
se é verdade que o escrevi?
Então não era verdade
que Deus vivia na lua?
Quando o preso pensa na luz,
é a mesma que te ilumina?
Por que vivem em farrapos
todos os bichos-da-seda?
Onde encontrar uma sineta
que soe dentro de teus sonhos?
A quem posso perguntar
que vim fazer neste mundo?
Há coisa mais boba na vida
que chamar-se Pablo Neruda?
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